Muito
obrigado pela maravilhosa festa que você e sua equipe nos proporcionaram na
noite de ontem.
O
contato com tantos amigos, professores, alunos, nos fez reviver o amor que
adquirimos pela comunidade "furbiana".
A
FURB tem um significado muito especial para minha vida.
Em
1970, eu trabalhava em Porto Alegre num CPD de um banco. Minha função era
analista de sistemas.
Recebi
um convite para trabalhar num bureau de serviços que estava se formando numa cidade
chamada Blumenau, em Santa Catarina.
Aceitei
o convite e em junho de 70, me transferi para Blumenau, onde estou até hoje.
O
fato que quero deixar registrado é a íntima relação do Cetil com a FURB.
O CETIL NASCEU NA FURB
Como nasceu o Cetil (Furb) um pouco de história
No final da década de 60,
Ingo Greuel e Décio Salles, funcionários da Carteira de Câmbio do Banco
do Brasil, cursavam o Curso de Administração da FURB.
Ao definir o Projeto de
graduação nesse curso, estavam avaliando duas ideias de
projeto:
1. Lavanderia de uniformes para
as indústrias locais (predominantemente têxteis)
2. Uma empresa de processamento
de dados
Um primo de Décio Salles
(Otávio Salles) residente no Rio de Janeiro, representante de produtos de
automação, aconselhou a dupla a adotarem a opção 2.
Na época, o investimento
para montar um CPD era descomunal.
Os fabricantes IBM, UNIVAC,
BURROUGHS, NCR forneciam hardware (equipamentos) e software (linguagem de
programação) com tecnologia própria.
O Hardware exigia
Instalações complexas : climatização do ambiente (extrema sensibilidade a
variações de temperatura e umidade).
Programas
proprietários; falta de compatibilidade da mídia.
A modalidade de contrato era
de “Locação” do hardware e software.
Havia uma carência muito
grande de “mão de obra” especializada.
No Estado de Santa Catarina,
se não me engano, haviam apenas 2 CPDs funcionando com os chamados
“mainframes”: um Univac na Celesc Florianópolis e outro IBM no bureau
de serviços chamado Conteplan, em Joinville.
O tamanho do investimento
desestimulava os mais otimistas e ousados empresários.
O projeto de graduação dos
alunos da FURB Décio e Ingo motivou a criação de uma espécie de cooperativa
congregando cerca de 30 empresas do vale, incluindo 2 empresas de Brusque,
batizado com a marca CETIL Centro Eletrônico de Processamento de Dados.
A mídia de entrada da dados
predominante era o cartão perfurado e a fita de papel. Os documentos e
relatórios transitavam através de malotes entre a sede de cada empresa e o
CPD. Essa atividade constituiu uma fonte de emprego temporário a um
contingente expressivo de jovens: perfuradores de cartão, digitadores,
conferentes, operadores, programadores, analistas, motoristas,
instrutores...
Os associados utilizavam o
CPD de forma compartilhada, pagando o número de horas utilizadas por sua equipe
de operadores. Nos primeiros anos, o uso do CPD funcionava na modalidade de
“bloqueio de horas” individual por empresa associada (processamento
em “batch”). Ao atingir um determinado volume de horas de uso, se tornava
vantajoso ao associado, montar o seu próprio CPD. Ou seja, o CETIL passou
a ser uma incubadora de CPDs de suas associadas.
Mais adiante, desenvolveu-se
como prestadora de serviços e como fornecedora de software para o mercado
nacional, com forte atuação nos sistemas para bancos, indústrias e governo.
Hoje, a região do Vale do
Itajaí é reconhecida mundialmente como polo de informática.
A lista de ex-alunos dos
cursos de Tecnologia de Informática está repleta de profissionais bem
sucedidos.
Quero agradecer o estímulo
recebido da Comissão de Avaliação que me submeteu a uma dura prova, constituída
dos professores:
CELSO ZIPF,
DIDEROT DE CARLI
e o saudoso MILTON POMPEO DA
COSTA RIBEIRO.
Durante 3 anos, tive o
privilégio de conduzir a disciplina “Introdução ao Processamento de Dados”.
Esse período serviu para me integrar não só com o meio empresarial da região,
como às famílias blumenauenses e me “naturalizar” blumenauense.
abraço !
Sergio dos Santos Correa